O Papa vai iniciar hoje uma visita de cinco dias à Polónia, que inclui passagens pelos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau, bem como a participação na 31ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
A 15ª viagem do pontificado e primeira viagem do Papa Francisco à Polónia, em toda a sua vida, decorre a partir das 16h00 (hora polaca, menos uma em Lisboa), tendo como primeiro compromisso oficial um encontro com o presidente da República da Polónia, Andrzej Duda, e outras autoridades políticas no Castelo de Wawel, coração histórico da cidade.
Segue-se a reunião privada com a Conferência Episcopal Polaca e um momento de oração na Catedral de Cracóvia, antes de pernoitar na sede da arquidiocese, onde o Papa vai aparecer à janela para cumprimentar a multidão (20h00).
Na quinta-feira destaca-se a a Missa que Francisco irá celebrar na área do Santuário Mariano de Czestochowa, perante centenas de milhares de pessoas, por ocasião dos 1050 anos do Batismo da Polónia, após um percurso em helicóptero.
Neste mesmo dia, o Papa vai saudar os participantes da 31.ª JMJ, durante um encontro no Parque de Blonia, um dos maiores da Europa, onde entra simbolicamente num carro elétrico “ecológico”, acompanhado por jovens com deficiência, explicou o porta-voz do Vaticano.
Próximo daquele local, vai ser montada uma “Área da Reconciliação”, com centenas de confessionários abertos aos jovens que queiram confessar-se, e também uma tenda para a adoração ao Santíssimo Sacramento.
A visita aos antigos campos de concentração nazis está marcada para a manhã de sexta-feira, a partir das 09h30 locais (menos uma em Lisboa), com duração prevista de duas horas.
Durante a sua permanência no local, o Papa rezará junto ao chamado “muro da morte”, no Bloco 11, e na cela de São Maximiliano Kolbe, precisamente 75 anos depois da sua condenação à morte.
Francisco vai encontrar-se com 10 sobreviventes do Holocausto e 25 ‘justos entre as nações’ – pessoas que ajudaram judeus a fugir do regime nazi -, além de percorrer a pé o monumento internacional às vítimas do campo.
A cerimónia incluiu a homenagem a uma família católica – em processo de beatificação – que foi “exterminada” por ter ajudado judeus, adiantou o padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.
João Paulo II e Bento XVI visitaram Auschwitz em 1979 e 2006, respetivamente.
Ao regressar da viagem à Arménia, em junho, Francisco manifestou aos jornalistas a sua intenção de rezar “em silêncio” no campo de concentração de Auschwitz, considerando-o “um lugar de horror”.
“Sozinho, entrar e rezar para que o Senhor me dê a graça de chorar”, adiantou.
No dia 30, o programa de Francisco na Polónia inclui uma visita ao Santuário da Divina Misericórdia, em Cracóvia, e ao Santuário de São João Paulo II, onde celebrará uma Missa com sacerdotes e consagrados de toda a Polónia.
O Papa vai confessar cinco jovens, em representação de todos os continentes.
O horário que foi delineado prevê ainda um almoço com 12 jovens, na sede da Arquidiocese de Cracóvia.
A JMJ 2016 termina em Brzegi, num “Campus da Misericórdia” com mais de 200 hectares e onde decorrerão a vigília e a Missa conclusiva do evento, que deverá ser acompanhada por cerca de 2 milhões de pessoas.
Durante a vigília, jovens de vários países vão ter oportunidade de expressar ao Papa as suas preocupações e dificuldades.
Em relação às questões levantadas nos últimos dias sobre a segurança no evento, o porta-voz do Vaticano assinalou que se vive na Polónia um clima de “normalidade e de tranquilidade”, sem “preocupações particulares”.
A 31.ª JMJ tem como tema “Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” e conta com a participação de cerca de sete mil jovens portugueses.
Fonte: Agência Ecclesia
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