Papa condena indiferença perante drama e sofrimento dos refugiados

O Papa denunciou hoje a “indiferença” global perante os que sofrem, à imagem do que aconteceu com Jesus, ao dar início às celebrações da Semana Santa, com a cerimónia do Domingo de Ramos, no Vaticano.

“Penso em tantas pessoas, em tantos marginalizados, em tantos deslocados, em tantos refugiados dos quais ninguém quer assumir a responsabilidade do seu destino”, disse na homilia da Missa a que presidiu, na Praça de São Pedro, diante de dezenas de milhares de pessoas.

A crítica chega no dia em que entra em vigor novo acordo entre a União Europeia e a Turquia sobre a devolução de migrantes que cheguem clandestinamente a território comunitário.

Francisco recordou que, depois de uma entrada triunfal em Jerusalém, o próprio Jesus sentiu “na própria pele a indiferença, porque ninguém quis assumir a responsabilidade do seu destino”.

Após ter abençoado os ramos de palma e de oliveira, junto ao obelisco central da praça, o Papa apresentou uma reflexão sobre a figura de Jesus Crucificado, “a cátedra de Deus”.

“Convido-vos, nesta semana, a olhar muitas vezes para esta ‘cátedra de Deus’, para aprender o amor humilde, que salva e dá a vida, para renunciar ao egoísmo, à busca do poder e da fama”, disse aos presentes.

“Peçamos a graça de compreender pelo menos alguma coisa deste mistério da sua aniquilação por nós; assim, em silêncio, contemplemos o mistério desta semana”, acrescentou.

Francisco falou de Jesus como fonte da “alegria” que é capaz de libertar os fiéis das “amarras do pecado, da morte, do medo e da tristeza”.

Uma alegria, precisou, a que ninguém chega sem experimentar “a sua ternura surpreendente e sem aceitar que o verdadeiro amor consiste no serviço concreto”.

“Se queremos seguir o Mestre, além de nos alegrarmos porque Ele nos vem salvar, somos chamados a escolher o seu caminho: o caminho do serviço, da doação, do esquecimento de nós próprios”, realçou o Papa.

No final da Missa, Francisco atravessou a Praça de São Pedro em papamóvel e deu ‘boleia’ a cinco crianças.

OC