Pandemia levou a “reconfiguração do universo familiar”, em chave digital

Diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP aborda resposta da Igreja Católica ao período de confinamento

O diretor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP) considera que o tempo de confinamento vivido leva a uma “reconfiguração do universo familiar”, com os pais em teletrabalho e os filhos com aulas online.

Neste período pandémico, “muito dependente das tecnologias digitais”, o professor Nelson Ribeiro refere que nesta reconfiguração também “pode haver espaço para a oração em família”.

Para aqueles que estão “mais sós”, as novas tecnologias são “um desafio” porque sofreram uma alteração de rotinas diárias.

“Tentar ultrapassar as ansiedades e aproveitar este tempo para uma melhor relação com Deus e com os outros” é um conselho transmitido pelo diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP.

Devido a esta situação, a Igreja Católica transferiu a liturgia do templo para as redes digitais, uma “nova experiência que se vive” porque estes “meios existem e podem ser colocados à disposição para novas vivências”, disse Nelson Ribeiro.

Dentro da Igreja existem “inúmeras iniciativas anteriores à pandemia” que permitiam “estar em contato com as leituras do dia e leituras espirituais” e “que ganharam, agora, outra visibilidade”, frisou o diretor da Faculdade.

Há paróquias a fazer trabalhos incríveis para se manterem em contato com as comunidades”.

Em relação ao meio universitário, as alterações provocadas pela pandemia “estão a ser um grande desafio”, e no caso da Faculdade de Ciências Humanas da UCP tem sido uma experiência positiva, porque têm conseguido “ajudar os alunos” no “conjunto de competências definidas para este semestre”, sublinha Nelson Ribeiro.

A “criatividade” e a “exploração dos novos meios” são fundamentais no universo universitário.

O período de pandemia “vai ajudar as pessoas” a integrar “mais as novas tecnologias”, tanto “na vivência da fé, como no processo educativo”, realça o diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP.

Todavia, Nelson Ribeiro “não é apologista” que estes meios “venham substituir o contato entre as pessoas”.

“Há uma dimensão relacional que é fundamental no ser humano e, inclusivamente, em contexto de educação”.

A situação pandémica transportou muitos trabalhadores para o teletrabalho, “uma ideia já tentada há muitos anos”, mas algumas empresas “voltaram atrás nesse processo” porque “não tem impacto direto positivo na produtividade”, afirmou.

“É preciso ter cuidado como se gere esta situação na vida” porque “é fundamental assegurar o equilíbrio”.

Fonte: Agência Ecclesia