O meu próximo: todo aquele que encontramos e representa toda a humanidade

O Senhor fala-nos “de muitas e variadas formas”. No silêncio da noite ou no bulício do dia; na mulher que se desfaz em lágrimas ou na criança que brinca. A voz de Deus manifesta-se nos mais insignificantes acontecimentos. Todas as coisas são imagem de Deus, se bem que imperfeitas. Em todas elas é Cristo que opera e nelas se comunica. Interroguemo-nos pois sobre a atenção que nos tem merecido essa voz de Deus e, muito particularmente, a Palavra ouvida e lida na Sagrada Escritura.

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1ª Leitura: Livro do Deuteronómio 30, 10-14 — “Esta palavra está perto de ti, para que a possas pôr em prática”
Esta leitura prepara-nos para melhor compreendermos a do Evangelho: a palavra de Deus que há-de nortear toda a nossa vida não está longe do nosso alcance. E nós escutamo-la e cumprimo-la na vida concreta do dia a dia. Ela vem aliás ao encontro dos anseios mais profundos do nosso coração. É que é o mesmo Deus que nos fala na palavra e que já nos falou no coração.
Salmo 68 (69) — Procurai, pobres, o Senhor e encontrareis a vida.
2ª Leitura: Epístola de São Paulo aos Colossenses 1, 15-20 — “Por Ele e para Ele tudo foi criado”
Nesta leitura como que se faz a apresentação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sabemos d’Ele muitas coisas, mas, no fundo, o que é que n’Ele constitui a razão de ser daquilo que Ele é para os cristãos? Cristo é o princípio e o Fim, Aquele por Quem tudo foi criado, e para Quem tudo existe. Para além de tudo aquilo que os olhos exteriormente podem observar está o campo infinito que a fé nos revela. Ele é o Primeiro na ordem da criação e o Primeiro na ordem da ressurreição.
Evangelho: São Lucas 10, 25-37 — “Quem é o meu próximo?”
A parábola do bom samaritano serve a Jesus para explicar ao doutor da lei quem é o próximo e como o amor a Deus e ao próximo são, no fundo, o mesmo e único amor: “o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo”. Segundo a explicação dos antigos Padres da Igreja, o homem caído nas mãos dos salteadores é toda a humanidade, e o bom samaritano é a imagem de Jesus, Ele que nos encontrou feridos pelo pecado à beira do caminho aonde desceu, usou de compaixão para connosco, e nos introduziu na estalagem da sua Igreja e assim nos salvou.
Oração
Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé.
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Padre António Justino Filho
Comunidade Canção Nova Portugal. Está neste momento numa imersão missionária na Diocese de Évora