Decida-se e não tenha medo de pagar o preço do amor
O amor tem preço? Certamente sim. Acredito que tudo o que é precioso em nossa vida é porque custou sacrifício para nós ou para outros que o adquiriram em nosso favor. Saber dar o devido valor a tudo que temos, no entanto, é o desafio nosso de cada dia.
Acredito que o amor tem seu preço e, aliás, custa caríssimo! Vamos percebendo isso nas inúmeras descobertas que ele nos leva a fazer quando temos a coragem de nos lançar na linda e desafiante aventura de amar e ser amados.
Padre Kentenich, no livro ”Santidade de todos os dias”, afirma que o verdadeiro amor é como o sol ardente, pois desperta e faz germinar todas as sementes ocultas no homem. Diz também que muitas pessoas não se desenvolvem nem moral nem espiritualmente, porque em vão esperam, saudosos, um simples gesto de amor. Ainda há outras que trazem em si a inclinação ao heroísmo e poderiam elevar-se como águias até o sol, porém, permanecem em planos inferiores, porque não foram amados nem amaram.
Levando-se em consideração a importância fundamental deste dom em nossa vida, percebo que ainda se fala pouco sobre ele. É verdade que vemos a palavra amor estampada por todos os lados e ouvimos muitos a pronunciarem, mas ouso dizer que a maioria desconhece esse sentimento. Usam-na como uma expressão bonita, romântica ou algo assim, mas não fizeram a experiência do amor em suas vidas e padecem por isso.
Amor, vocação primeira do homem
Eu desejo exaltar o amor como vocação primeira do homem. Fomos criados pelo amor e para o amor e este é o sentido real da nossa existência.
“Como o corpo foi criado para a alma, assim a alma foi feita para o amor”, diz São Francisco de Sales. E Deus, que criou o homem, portanto, o corpo e a alma, por amor e com amor, também espera de nós, no mínimo, a disposição para amar. Conscientes ou não, temos sede do amor puro e verdadeiro e queremos amar na medida certa, mas é raro encontrarmos boas referências.
Jesus Cristo, o Mestre do Amor, por sua vez, indica-nos a direção quando diz ao escriba: ”Amarás teu próximo como a ti mesmo”. Certamente, é esta a melhor referência do amor. Porém, como não posso dar aquilo que não possuo, para amar meu próximo devo ter também um sadio amor próprio. Concorda?
Podemos começar por uma autoanálise, questionando-nos: Será que me amo e me aceito como sou? Ou tenho me desprezado e fugido de mim mesmo enquanto tento amar outros? Que tipo de amor tenho oferecido às pessoas que se relacionam comigo? Já experimentei o amor em minha vida ou o tenho buscado sem jamais o encontrar?
Amar é uma decisão
Tenho descoberto muitas e belas flores no jardim do meu coração desde que decidi amar e ser amada. É que as sementes de tudo o que é bom, nobre e belo desabrocham quando aquecidas pelo sol do amor e nos fazem florescer, tornando este mundo melhor. Amar é um desafio constante é verdade; mas também é uma motivação constante, pois nos remete ao que somos na essência, e aí encontramos Deus, que nos plenifica e nos sacia.
Você também quer fazer essa experiência? Para começar, lembre-se de que o amor que cura e transforma a alma é o amor que damos e não o que esperamos receber. Então, comece agora mesmo a amar e sentirá os efeitos. Outra dica importante nesta arte é que amar é mais que sentimento, é uma decisão. Portanto, decida-se e não tenha medo de pagar o preço do amor. Ele é forte como a morte e até nos faz morrer… Porque o amor também é doação! E é sempre o vencedor e nos ressuscita para vivermos livres e felizes voando alto como águias e alcançando o heroísmo ao qual Deus nos chama.
Dijanira Silva
Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às terças-feiras, está à frente do programa “De mãos unidas”, que apresenta às 21h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.
Fonte: cancaonova.com
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