Natal, o encontro de Jesus com os homens de todos os tempos

Depois de nos ter apresentado o Salvador revestido da nossa natureza humana, para a fazer Sua e nos salvar, a Igreja, nesta Missa, insistindo sobre a geração eterna do Filho único e bem-amado do Pai (2ª leitura e Evangelho), proclama a sua fé na Divindade de Cristo.

imagem | cathopic
Aquele que contemplamos reclinado num presépio, é, na verdade, o Verbo, a Palavra viva, em que todo o pensamento, toda a vida e todo o ser de Deus se exprimem. Gerado desde toda a eternidade, ele é, com o Pai, criador, e senhor do universo. E a salvação, esperada por Israel e por todos os homens, embora, por vezes de modo confuso, consiste precisamente em o Verbo Se ter feito Carne, permitindo assim à humanidade estabelecer relações filiais com Deus.
Esta é a Boa Notícia (1ª leitura), que deve ser levada até aos confins da terra: Deus, através de Jesus Cristo, vem ao encontro dos homens de todos tempos e lugares.
1ª Leitura: Livro de Isaías 52, 7-10 — Todos os confins da Terra verão a Salvação do nosso Deus.
Esta leitura é constituída pelo belo e solene pregão que serviu outrora ao profeta para anunciar a Boa Nova ao povo de Deus em tempo de desolação e de abandono; esse mesmo pregão serve para nos anunciar agora a nós mensagem ainda mais feliz, a que nos traz o nascimento do Salvador de todo o mundo.
Salmo 97 (98) — Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus.
2ª Leitura: Epístola aos Hebreus 1, 1-6 — “Deus falou-nos por seu Filho”
Jesus é a própria palavra de Deus, encarnada, feita homem no meio dos homens, mais reveladora de Deus do que a de todos os profetas, mais qualificada do que a de todos os outros mensageiros que vieram antes d’Ele ter vindo ao mundo. Ele é a imagem do Pai por quem tudo foi feito; pela sua morte purificou a humanidade de seus pecados e recebeu em herança todos aqueles que n’Ele acreditaram e a Ele se entregaram. Esses sentam-se com Ele à direita de Deus. Ele é o nosso Salvador e o nosso Deus. Por isso, O adoramos juntamente com todos os Anjos.
Evangelho: São João 1, 1-18 — “O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós”
O Natal não é apenas o nascimento de um menino. É um mistério, uma realidade divina que se esconde e ao mesmo tempo se revela no nascimento desse Menino. É o Nascimento no meio dos homens do próprio Filho de Deus. O evangelista chama-Lhe o Verbo, isto é, a Palavra. Aquele por quem o Pai Se dá a conhecer aos homens e deles faz seus filhos. O evangelista tenta desvendar-nos todo esse mistério neste poema admirável com que abre o seu Evangelho.
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Padre António Justino Filho
Comunidade Canção Nova Portugal. Está neste momento numa imersão missionária na Diocese de Évora