Jacinta, uma candeia para os nossos passos

Pensar em Jacinta Marto é pensar em alguém que norteia a minha caminhada pessoal, é pensar numa companheira e numa intercessora.
Jacinta, a menina que amuava, que queria ser a primeira em tudo, aprendeu a dimensão plena da doação, da entrega total Àquele que a amou primeiro e que lhe “meteu no coração” a chama do Amor, o amor que cura, que salva, que ressuscita.
Jacinta Marto acolheu a vontade de Deus (“Quereis oferecer-vos a Deus em sacrifício?”), compreendeu-a e viveu-a até à última gota. Não sendo mártir, viveu “o martírio” do calvário do seu irmão Francisco (a doença que o vitimou), da calúnia e das acusações dos que não acreditavam nas suas palavras, da sua separação dos pais, dos amigos, da Lúcia, sua prima, e dos lugares que amava e onde Nossa Senhora a ensinara a ser dócil, da operação ao pulmão, da morte no hospital, que enfrenta sozinha, sem ter recebido a Sagrada Comunhão, que ela desejava tanto. Ela que já comungara das mãos do Anjo de Portugal, agora vê-se privada do único bem que a poderia consolar.
Identifica-se tanto com Jesus que até, tal como Ele, morre com o lado aberto, tal como Ele sente o abandono de todos e o silêncio de Deus, e tal como Ele se entrega pela conversão dos pecadores.
Mas, tal como Ele, sente o amor eterno do Pai, a ternura constante da Mãe, que um dia, na Cova da Iria, lhe prometera o Céu.
E tal com Jesus, ressuscita e é hoje uma candeia a iluminar o caminho dos “pobres pecadores” por quem ela se oferece como vítima de expiação.
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Paula Ferraz
Mãe, avó e membro da Comunidade Canção Nova. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, Formadora acreditada em língua portuguesa e das literaturas lusófonas e clássicas, pós graduada em Mediação Intercultural, certificada em Filosofia para Crianças e Jovens e Mestrado em Ensino do Português como língua segunda/língua estrangeira.