Francisco Marto e o silêncio orante

Com Francisco Marto aprende-se o valor do silêncio, o valor da contemplação dos milagres diários, o valor das pequenas coisas e da infinitude e da beleza da Criação.
Francisco Marto, o menino tranquilo, o “deixa andar”, o “tanto me faz”, “o a mim que me importa, deixa-se moldar pelas palavras da Mãe do Céu, da Senhora vestida de branco, da Senhora mais brilhante que o sol, e passa a importar-se e muito.
“O Francisco tem de rezar muitos terços”, não porque ele fosse “menos santo” do que Lúcia ou Jacinta, mas porque precisava de aprender a ser perseverante.
Este menino passa a dar importância àquilo que é verdadeiramente importante, retira-se, tal como Jesus, para no silêncio entrar em comunhão com o Céu, a sua casa. Agora sim, aprendeu o valor do tempo e tenta preenchê-lo em intimidade com Jesus, em contemplação, em adoração, num ato de entrega e de reparação.
Reconhece o sofrimento do próprio Deus pela humanidade sofredora e pecadora e importa-se e tenta por todas as formas consolar Jesus, e entrega-se silenciosa e amorosamente, como o próprio Jesus, e segue o seu caminho de calvário espelhando a alegria plena que só os que estão em Deus conseguem atingir.
Agora já sabe o que deve fazer: a sua escolha é por Deus, uma escolha forte, convicta e concreta. Decide não ir à escola porque tem desejo do Céu e começa a vivê-lo já na Terra, ainda que num grande sofrimento pessoal, familiar e social (vivia-se a 1ª Guerra e as suas consequências atrozes).
Com Francisco Marto, o menino do silêncio, podemos traçar novamente o caminho das Bem Aventuranças e vivê-lo no concreto da do dia a dia.
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Paula Ferraz
Mãe, avó e membro da Comunidade Canção Nova. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, Formadora acreditada em língua portuguesa e das literaturas lusófonas e clássicas, pós graduada em Mediação Intercultural, certificada em Filosofia para Crianças e Jovens e Mestrado em Ensino do Português como língua segunda/língua estrangeira.