Eucaristia de encerramento do Ano da Vida Consagrada

O cardeal-patriarca de Lisboa destacou que os consagrados reproduzem o “estilo de vida de Jesus” de entrega a “Deus e ao serviço do próximo” e neste ano especial as comunidades “ganharam mais consciência” desta forma de vida.

“Julgo que o saldo mais positivo é que com muitas ações que se sucederam ao longo do ano, as comunidades ganharam mais consciência do que são os consagrados na Igreja como vocação de especial consagração”, disse D. Manuel Clemente no Pavilhão Multiusos de Odivelas.

À Agência ECCLESIA, o prelado assinalou que todas as vocações da Igreja “sublinham um ou outro aspeto da vida total de Cristo”, que nenhum “consegue esgotar” e cada um no seu lugar através da vocação que Deus dá “cumpre, representa um aspeto, uma faceta importante”.

Neste contexto, o cardeal-patriarca de Lisboa explicou que pretendia “valorizar o que significou e significa” a consagração de cada pessoa como uma realidade que “abre a Igreja a um horizonte definitivo que não demite das realidades concretas do dia-a-dia”.

“Dá outro espírito e outro horizonte que não fiquemos presos na circunstância mas fiquemos presos no absoluto”, observou.

D. Manuel Clemente comentou que enquanto as restantes pessoas na maioria das vezes têm de viver as “realidades temporais, atuais”, os consagrados mostram que pela sua maneira de viver “já deram definitivamente a realidades finais”.

Contudo, acrescenta, eles “não as deixam de viver” uma vez que há muitos consagrados e consagradas, em Portugal e em várias fronteiras do mundo, que “vivem empenhadamente e esforçadamente as situações mais difíceis, para estar próximo dos outros”.

Por sua vez o presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) Regional de Lisboa considerou que o Ano da Vida Consagrada foi um tempo “muito positivo de graça, celebração e de reflexão” no qual podia-se ter feito “muito mais” mas não se tratava “só de fazer”.

Para o padre Manuel Barbosa, este ano especial dedicado à vida consagrada que começou a 29 de novembro de 2014, foi um “tempo propício” para pensar na forma de “responder a Deus” nessa vocação.

Os consagrados e consagradas já dão testemunho da sua vida no dia-a-dia nos “vários campos de atividade, segundo os carismas de cada instituto” mas este ano foram “provocados” pelo Papa a outra visibilidade.

“Não é para aparecer mas no sentido de testemunhar essa presença. Nos vários campos na educação, no ensino, na saúde, nas periferias há muitas irmãs e irmãos que trabalham em espaços onde praticamente pouca gente vai e está presente”, observa o padre Manuel Barbosa.

Neste contexto, o responsável da CIPR na Diocese de Lisboa refere que este ano “não se encerra” mas foi uma abertura para continuarem com os “dinamismos de sempre”.

“Agora também com esta dimensão pedagógica pastoral da misericórdia que é da própria essência de Deus. A misericórdia, ajuda a levar o dinamismo da santidade, da missão, da comunhão, o que marca todas as nossas vidas”, acrescentou o sacerdote da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos).

O Ano da Vida Consagrada foi uma iniciativa de Francisco, o primeiro Papa jesuíta da história da Igreja, para celebrar com toda a Igreja o “dom” da vocação e “reavivar” a sua “missão profética” e terminou esta terça-feira, festa litúrgica da Apresentação de Jesus.

Em Portugal encerra-se com uma peregrinação nacional ao Santuário de Fátima, este domingo.

Fonte: Agência Ecclesia