Declarações de cardeais portugueses, nas redes sociais, sobre eleições presidenciais são falsas

Conferência Episcopal  nega afirmações sobre candidaturas e apela à participação no ato eleitoral.

O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa disse que as afirmações publicadas nas redes sociais atribuídas a cardeais sobre candidaturas às eleições presidenciais “são falsas” e reafirmou o apelo à participação dos cidadãos no ato eleitoral.

O padre Manuel Barbosa disse que se certificou de que não foram feitas “afirmações pessoais sobre candidatos e sobre partidos” por parte dos cardeais D. António Marto, D. José Tolentino Mendonça e D. Manuel Clemente, e apela ao discernimento sobre o sentido do voto tendo em conta “o Evangelho e as várias indicações da Doutrina Social da Igreja”, como tem afirmado a Conferência Episcopal.

A Diocese de Leiria-Fátima publicou um comunicado na rede social Facebook onde afirma que “as supostas afirmações publicadas nunca foram proferidas” pelo bispo diocesano, refere que D. António Marto se abstém “de entrar em campanhas eleitorais”, “não se pronuncia sobre qualquer candidato ou partido” e “pede a todos os cristãos e cidadãos em geral para não se absterem e, assim, declararem através do voto a rejeição de qualquer tipo de populismo, contribuindo para a construção de uma sociedade mais humanista”.

Por ocasião da início do novo ano, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa lembrou que a mensagem fundamental que a Igreja transmite no contexto das eleições é apelar ao “discernimento crítico dos vários programas”, sublinhando que “o mais importante é que as pessoas participem”.

“Tenho muita dificuldade em entender alguém que diz querer bem a este país e não vai votar”, afirmou D. José Ornelas.

Questionado sobre o perfil do chefe de Estado para Portugal, no atual contexto, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa disse que o fundamental é “que seja chefe de Estado de todos os portugueses”.

Para D. José Ornelas, “um cristão não se pode abster”, mesmo que não se reveja completamente nos programas dos vários candidatos e tenha de decidir “a partir do que é proposto”, tendo a opção de votar em branco, que “é já um voto”.

“Não vou ficar em casa, isso não vou”, afirmou.

A eleição do presidente da República de Portugal decorre no dia 24 de janeiro e, neste ato eleitoral, foi possível requerer o voto antecipado para os eleitores que assim o desejaram, nomeadamente doentes internados, presos, cidadãos em mobilidade ou em confinamento obrigatório por causa da Covid-19.

Fonte: Agência Ecclesia