Jornadas de formação desafiaram a uma nova atitude na comunicação cristã

DR

O bispo de Coimbra disse que a Igreja Católica tem necessidade de atualizar os seus métodos para responder a uma nova “cultura”, a uma nova “forma de estar na sociedade”.

D. Virgílio Antunes falava do tema escolhido este ano para as jornadas de formação permanente da diocese, a comunicação da fé na atual sociedade digital.

O responsável alertou para uma certa passividade que pode tomar conta da Igreja Católica e dos cristãos, pois a mensagem não se transmite por si própria.

“Precisamos efetivamente de pensar e de parar para ver de que modo exatamente e sobretudo que atitude, muito mais do que os instrumentos, que atitude havemos de ter enquanto pessoas, enquanto crentes, enquanto cristãos, mas também enquanto Igreja e comunidade cristã, para tornar a fé em Jesus Cristo atraente, que interesse efetivamente às pessoas”, sustentou.

Acolhidas pelo Seminário Maior, as jornadas de formação permanente da Diocese de Coimbra (17 a 19 de janeiro) tiveram como tema “Comunicação da fé – instrumentos, linguagens e metodologias”

Para o bispo de Coimbra, estas jornadas são também uma forma de procurar responder à “debandada da fé” – expressão do Papa Francisco – que tomou conta da sociedade.

Um problema que deve levar a própria Igreja a interrogar-se sobre o que está a fazer de menos bem.

“É muito fácil encontrarmos somente causas situadas fora do mundo eclesial, e nós havemos de ter a coragem, como estamos a procurar fazer, de olhar para o interior da própria Igreja, para o modo como vivemos a fé, como a exprimimos, como celebramos, como fazemos a catequese, aquilo a que chamamos a ação pastoral, e ver se efetivamente estão a ser as formas e os meios e atitudes adequadas para realizar este objetivo de anunciar a Boa Nova a todos os povos”, completou.

O evento deste ano teve como conferencista principal o padre italiano Antonino Romano, professor da Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma.

Para o formador, é fundamental que a Igreja Católica seja capaz de estar próxima e envolvida nos problemas das pessoas, metida no coração das pessoas, na história de cada um.

“E com a grande expansão da internet, dos meios de comunicação social, a Igreja pode trazer uma mensagem nova ao próprio conceito de comunicação, enquanto relação verdadeira, significativa e profunda entre as pessoas”, assinalou.

Para além do padre italiano Antonino Romano, da Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma, as jornadas contaram com intervenções dos sacerdotes Rui Alberto e Nuno Santos.

Fonte: Agência Ecclesia