Estamos no 6º Domingo da Páscoa! Vejamos o que a Liturgia da Palavra nos ensina:
1ª LEITURA: Actos dos Apóstolos 10, 25-26.34-35.44-48
O Apóstolo Pedro percorreu um caminho de conversão. Agarrado às tradições, como membro da nação eleita por Deus, orgulhoso da superioridade do seu povo, marcando bem a fronteira da separação dos pagãos, deixou-se converter. Assim ousa afirmar perante o centurião romano Cornélio: “Eu reconheço que Deus não faz aceção de pessoas, mas em qualquer nação aquele que o teme e pratica a justiça é-lhe agradável”. Na cidade de Cesareia, este encontro entre judeus e pagãos, rompendo as fronteiras de cultura e religião, é altamente significativo. Ter fé em Deus prova-se na caridade que desfaz preconceitos, deita abaixo muros de separação das diferenças e constrói pontes de unidade de mútuo respeito e enriquecimento.
2ª LEITURA: Primeira Epístola de São João 4, 7-10
Os Rabis, os Mestres do tempo de Jesus, apresentavam a Deus como legislador e juiz. É, portanto, uma originalidade cristã que o apóstolo João apresente a Deus como amor. A omnipotência de Deus não se manifesta como domínio e grandeza, mas como amor serviçal até dar a vida numa cruz, que a comunhão eucarística particularmente atualiza e demonstra. O profundo conhecimento de Deus não se alcança com estudos e reflexões, mas com o exercício da caridade, do amor que se oferece gratuitamente. Sendo Deus amor, só amando se pode conhecer a Deus.
EVANGELHO: São João 15, 9-17
É significativa a exortação de Cristo a “permanecer” no seu amor. Nesta passagem do discurso de Cristo na última Ceia, o verbo “permanecer” aparece sete vezes. É que amar não é um exercício de uma emoção forte, nem momentânea e passageira. Amar tem de ser uma atitude estável, resistente, perseverante. Amar, aconteça o que acontecer, sintamo-nos como nos sentirmos.
A insistência no amor do discurso de Jesus na última Ceia pode parecer demasiado repetitiva. Mas para viver na presença de Deus Amor é necessário amar. Também é verdade o inverso: para viver o amor, sempre e sem condições, é preciso estar na presença de Deus, fonte de todo o amor perfeito. O amor é elevado à categoria de mandamento fundamental: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei”. A originalidade do amor que nos é pedida é amar segundo o estilo e qualidade do amor como que Jesus nos amou e continua a amar, dando a sua vida na Cruz, que a Eucaristia atualiza.
Contemplemos ainda o domingo do Senhor com o Salmo 97 (98) – O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.
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