Lua de mel: momento decisivo na relação conjugal

A lua de mel é o momento em que o casal se une para santificar um ao outro


“O homem e a mulher estavam nus, não se envergonhavam” (relata o Livro do Gênesis)

A lua de mel é um momento único na iniciação da vida a dois e deve ser bem preparada e vivida pelos recém-casados. A espiritualidade do matrimônio se expressa plenamente no sexo. É considerado um sacramento sexual, afirma o casal australiano, Ron e Marvis Pirola, presentes no Sínodo para as Famílias, em 2014, no Vaticano. A santificação do casal acontece também por meio da relação sexual: marido e mulher se unem para santificar um ao outro.

“O homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,24)

Existem muitos conselhos interessantes, experiências muito pessoais ou até banais desse momento tão íntimo na relação conjugal. É válido ouvir, ler e aprofundar. Afinal, reservar um tempo a sós é algo positivo na vida a dois.

No matrimônio, “os noivos prometem um ao outro entrega total, fidelidade e abertura à vida”, afirma o Papa Francisco. Conscientes de terem firmado um compromisso em nome de Deus e perante a Igreja, os noivos viverão ainda melhor sua lua de mel.

O homem e a mulher estavam nus, mas não se envergonhavam (Gn 2, 25)

No livro “A vida sexual dos solteiros e casados”, João Mohana apresenta orientações muito boas para a vivência da lua de mel, etapa decisiva que engloba as áreas sexual, psicológica, espiritual, ética e social.

Sacerdote e médico, Mohana aconselha os esposos a promoverem e manterem uma atmosfera de bem-estar e boa vontade, a fim de iniciarem a vida a dois com a maior harmonia possível. O objetivo da lua de mel é “conseguir todas as condições favoráveis para a mútua adaptação” no sentido humano, não apenas sexual.

Adaptação iniciada no noivado, agora pode ser retocada e ampliada. É um risco dar à lua de mel um sentido demasiado erótico e nada humano. Com isso, crescem a tensão e a ansiedade, e o casal perde a flexibilidade natural tão favorável à adaptação.

Noite de núpcias: hora de fabricar ternura
Como em um ritual, os cuidados preliminares devem ser valorizados na noite de núpcias. Ao se unirem no leito, tenham calma e paciência. Sua esposa quer carinho, comece acariciando o rosto, os cabelos, beije-a, dizendo palavras de amor. É hora de começar a fabricar ternura.

Marido, não tente fazer uma penetração peniana imediata. Sem os preliminares, a mulher pode não conseguir uma lubrificação vaginal adequada. Caso aconteça uma ejaculação involuntária, não se assuste. E não significa que haja a copulação na noite nupcial, porque até o cansaço pode influenciar na consumação do casamento. A lua de mel marca o início de uma união selada para sempre.

Primeiro ato dá prazer?
O tempo de adaptação pode variar de acordo com o cada casal. Geralmente, é vagaroso. Especialmente para a mulher, o primeiro ato não costuma causar prazer, nem os seguintes. É um processo natural. Só o tempo vai permitir a adaptação entre aquele homem e aquela mulher.

Onde e como?
Viajar ou não. Ir para hotel ou apartamento, litoral ou campo. Um ambiente favorável deve combinar bom gosto, elegância, conforto, higiene e privacidade. São detalhes que devem ser verificados de acordo com o gosto e o bolso. Aliás, finanças é um bom assunto para se conversar durante o noivado.

O rapaz deve prever e solucionar imprevistos, mas não sozinho, contando sempre com sua noiva. É valioso também ouvir a opinião de familiares e amigos, mas, acima de tudo, escolher um local que agrade os dois.

Detalhes importantes precisam ser conversados antes: se vão se trocar em ambientes separados ou se preferem que um tire as roupas do outro. A luminosidade do ambiente não pode ser uma escuridão nem clara demais, o ideal é a penumbra.

Convide Jesus
“Não tenhamos medo de convidar Jesus para as festas de núpcias, de convidá-Lo para a nossa casa, para que esteja conosco e proteja a família. E não tenhamos medo de convidar também Sua mãe Maria! Os cristãos, quando se casam ‘no Senhor’, são transformados em um sinal eficaz do amor de Deus. Os cristãos não se casam apenas para si mesmos, mas no Senhor em favor de toda a comunidade e de toda a sociedade”, ensina o Papa Francisco.