Incêndios: Presidente da República realça papel da Igreja Católica na «guerra» contra as chamas

Marcelo Rebelo de Sousa enviou mensagem ao bispo de Viana do Castelo


O presidente da República Portuguesa destacou o papel da Igreja Católica, no que diz respeito à busca de soluções para a resolução do flagelo dos incêndios no país.

Numa mensagem enviada ao bispo de Viana do Castelo, na sequência do apelo feito por D. Anacleto Oliveira a fazer do combate ao problema dos fogos uma “causa nacional”, Marcelo Rebelo de Sousa classificou a atuação da Igreja Católica como “uma grande ajuda” para o sucesso nesta autêntica “guerra” das chamas.

De acordo com uma informação transmitida pelo Secretariado Diocesano de Comunicação Social de Viana do Castelo, o presidente da República diz que a intervenção de D. Anacleto Oliveira é ainda mais relevante, num contexto em que “tantas vezes a Igreja, a vários níveis, tem sido considerada silenciosa demais”.

No domingo, durante a festa em honra de Nossa Senhora da Agonia, o bispo de Viana do Castelo frisou ser a hora de “dizer basta” aos incêndios e “promover uma cultura” que não se “resigne” perante os fogos “como se de uma fatalidade se tratasse”.

Para D. Anacleto Oliveira, é urgente delinear uma estratégia “nacional” que implique todas as áreas da sociedade portuguesa, desde o poder político às forças de segurança e justiça, passando pela sociedade civil e pelos responsáveis das várias religiões.

“Nada há de mais poderoso e eficaz que um povo inteiro unido pela mesma causa, no comum modo viver e pensar, numa mesma cultura. Para isso, é urgente a mobilização de todas as pessoas no nosso País, sem exceção alguma, e a começar pelos seus maiores responsáveis”, sustentou.

Segundo os dados provisórios divulgados recentemente pela Proteção Civil, este ano já se registaram 10146 fogos, que consumiram cerca de 141 mil hectares de floresta, um pouco por todo o país.

Estes dados representam um aumento de 26 mil hectares de área ardida, relativamente a igual período de 2016.

O incêndio mais grave registou-se na região de Pedrogão Grande, em que as chamas causaram a morte a 64 pessoas e deixaram feridas outras 200.

“Precisamos de todos os cidadãos e cidadãs, dos mais novos aos mais idosos, a viver no País ou fora dele, crentes ou não crentes em Deus. Unamo-nos, todos e de modo concertado, na promoção e defesa da mesma cultura anti-incêndios”, apelou o bispo de Viana do Castelo, que classificou a sua mensagem como “um murro na mesa” necessário”.

Marcelo Rebelo de Sousa espera que este apelo deixado por D. Anacleto Oliveira, e por toda a Igreja Católica, contribua também para agilizar um debate que tem marcado a agenda política “há muitos meses”.

Fonte: Agência Ecclesia